Março 19th, 2016

Dízimo: Superstição ou Obrigação?

Neste artigo, o autor argumenta que Malaquias 3:8-11 nas mãos dos defensores do dízimo, é uma enorme fraude exegética. Toma-se o texto fora do contexto criando-se um pretexto financista

Criar uma nova doutrina bíblica utilizando textos fora do contexto é muito fácil. Se tomarmos, por exemplo, Atos 16:30 e 31 isoladamente, poderemos ensinar que basta um dos membros de uma determinada família se converter para que todos os demais estejam salvos, afinal não é isto que Paulo está dizendo? “Crê (crê tu. Paulo não está dizendo creiam vocês. Ou crede vós) no Senhor Jesus Cristo,  e serás salvo, tu e a tua casa”. 

Que alívio não traria esta doce mensagem ao coração amargurado de uma mãe que há mais de 10 anos vem orando pela conversão de um filho desviado! Agora ela está feliz pois basta que ela, somente ela, creia e aceite a Jesus como seu Salvador pessoal e automaticamente todos da sua casa estarão igualmente salvos.

Certo ou errado? Que erros grosseiros foram praticados no exemplo acima?

a) A doutrina de salvação não pode ser ensinada tendo por base um só versículo bíblico. (Nenhuma doutrina pode ser consolidada desta forma).

b) Todos os demais versos bíblicos que falam sobre o mesmo tema (salvação) devem ter coerência entre si.

c) Deve-se conhecer o contexto do texto antes de se criar um pretexto.

É exatamente isto que acontece com o famoso texto de Malaquias 3:8-10:

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, por que me roubais, vós a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.

Talvez seja este o texto mais distorcido da Bíblia. Embora quase que universalmente aceito, contém muitos erros de interpretação. Vejamos:

DÍZIMO É LEI CERIMONIAL

O povo de Israel era governado por vários tipos de leis:

TIPOS   INSTRUÇÕES   TEXTOS  
Lei Moral   Proibido matar, roubar, adulterar Êxodo 20
Lei de Saúde Proibido comer carne com sangue Levítico 17
Lei Social  Proibido colher bagos caídos. Deixar para os pobres Levítico 19: 9,10
Lei Civil   Permitido repudiar uma esposa estrangeira Deut 21:10-14
Lei Cerimonial   Regulamentava toda a prática do culto e da adoração. Levítico 16

Depois de analisar cuidadosamente o quadro acima, pare, reflita e responda sinceramente. A que lei pertencia a instrução do dízimo? À lei de saúde? À lei social? À lei civil?

Óbvio que não! O dízimo se enquadra unicamente na lei cerimonial. A lei que caducou na cruz. A lei que não tem mais nenhuma validade para todos nós que vivemos sob o novo concerto pois mandamentos cerimoniais são para os judeus do velho testamento.

Tome cada passagem bíblica sobre dízimo e observe que os contextos sempre contêm instruções cerimoniais. Agregados aos dízimos lá estão as ofertas alçadas, os bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.

Mas, alguém poderia argumentar que o termo “roubará o homem a Deus?” faz Malaquias 3:8-10 se enquadrar no oitavo mandamento da lei moral,  “não furtarás”.

Entretanto, cada vez que um judeu quebrava algum mandamento cerimonial também pecava contra a lei moral. A ligação é intrínseca. Veja alguns exemplos:

a) Se um sacerdote rapasse os cantos da barba ou fizesse incisões no corpo estaria pecando contra a lei cerimonial pois eles deveriam ser santos ao Senhor e não profanar o Seu nome (Levítico 21:5). Estaria também automaticamente pecando contra a lei moral, terceiro mandamento,  “não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Êxodo 20:7)

b) Se a filha de um sacerdote se casasse com um estrangeiro e comesse das ofertas das coisas sagradas estaria pecando contra a lei cerimonial (Levítico 22:12 em ligação com Malaquias 2:11)) e ao mesmo tempo pecando também contra o quinto mandamento da lei moral, “honra a teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20:12) Não era esta desobediência um vexame e uma desonra para um pai sacerdote, líder religioso dos judeus?

c) Se um judeu, ao invés de sacrificar animais ao Senhor erigisse um altar a Baal, estaria pecando contra a lei cerimonial e a lei moral. Os animais da lei cerimonial sacrificados a um outro  deus implicaria também em pecado contra o primeiro mandamento da lei moral que diz “Não terás outros deuses diante de mim”. (Êxodo 20:7).

d) Se um israelita furtasse alguma coisa de alguém que já tivesse morrido e não encontrasse um parente próximo para pagar uma compensação estaria sob o rigor da lei cerimonial. Deveria fazer plena restituição com acréscimo de vinte por cento diretamente ao sacerdote trazendo um carneiro para fazer expiação deste pecado. (Números 5:6-8). Um procedimento cerimonial para um pecado contra o oitavo mandamento da lei moral: “Não furtarás”. (Êxodo 20:15)

e) Quando um judeu cometia um homicídio culposo pecava contra o sexto mandamento da lei moral que diz “não matarás”. Mas tinha que cumprir um ritual do código civil fugindo para alguma cidade de refúgio onde o vingador do sangue não o poderia atacar. Os vários tipos de leis interligados.

f) Quando uma mulher casada adulterava ou estava sob suspeita de adultério (pecado contra a lei moral) o marido a trazia ao sacerdote para um longo ritual. (lei cerimonial). Oferta de farinha de cevada, oferta de cereais de ciúmes, água santa num vaso de barro misturada com pó do chão do tabernáculo. A mulher então soltava o cabelo, punha a mão sobre a farinha e bebia a água amarga fazendo juramentos perante o Senhor. (Levítico 5:11 a 31 – principalmente o verso 29). Novamente a lei moral e a lei cerimonial andando juntas até a cruz.

Quando Jesus morreu no calvário o véu do Templo se rasgou de cima em baixo. Neste instante a lei cerimonial foi cravada na cruz. Caducava o velho concerto. Daquele momento em diante todos os crentes passariam a viver sob a nova aliança.

Dízimo é lei cerimonial, tema do velho concerto. Você conhece algum texto bíblico que instrua o povo de Deus a pagar dízimos após a ressurreição de Cristo?

Tome sua Bíblia e leia atentamente os três primeiros capítulos de Malaquias e veja que o contexto inteiro está fundamentado na lei cerimonial.

CAPÍTULO 1 VERSO 7: Pães imundos sobre o altar.

CAPÍTULO 1 VERSO 8: Animais cegos, coxos e doentes sobre o altar.

CAPÍTULO 1 VERSO 10: Fogo debalde no altar do Senhor.

CAPITULO 1 VERSO 11: Incenso e oblação pura.

CAPÍTULO 1 VERSO 12: Mesa impura e comida desprezível.

CAPÍTULO 2 VERSO 3: Esterco do sacrifício.

CAPÍTULO 2 VERSOS 4 e 8: Aliança com Levi.

CAPÍTULO 2 VERSO 13: Altar do Senhor com lágrimas e choro.

CAPÍTULO 3 VERSO 4: Ofertas de Judá como nos dias antigos.

CAPÍTULO 3 VERSO 8: Dízimos e ofertas alçadas.

CAPÍTULO 3 VERSO 14: Andar em luto.

Como podemos agora tomar o texto de Malaquias, extrair a porção contida nos versos 8-10 do capítulo 3 e fazer uma aplicação de roubo de dinheiro para os cristãos de nossa época? Os ladrões do livro de Malaquias são outros e eles não estão roubando dinheiro!

MALAQUIAS 3:8-10 NÃO É PARA VOCÊ!

O leitor atento notará que Malaquias 3:8-10 pertence a um grande texto com início no capítulo 2 verso 1 estendendo-se até o verso 18 do capítulo 3. (Faz-se necessário ler todo o texto para se captar o contexto).

Atente para o primeiro verso do capítulo 2. Para quem é a dura mensagem? Para os sacerdotes, é claro! “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós”. A mensagem é para os sacerdotes e não para nós. Eles é que estavam roubando a Deus, e ainda eram bem hipócritas. Veja as ligações do contexto:

a) Em que nos amaste? (1:1)

b) Em que desprezamos? (1:6)

c) Em que te havemos profanado? (1:7)

d) Em que o enfadamos? (2:17)

e) Em que havemos de tornar? (3:7)

f) Em que te roubamos? (3:8)

Mesmo o trecho “vós a nação toda” (Mal. 3:9) é dirigida a eles. É uma hipérbole, uma figura de linguagem que Malaquias usou querendo dizer: “Tá todo mundo roubando”.

Entretanto, mesmo que toda a nação estivesse roubando a Deus, a responsabilidade ainda era dos sacerdotes conforme declarado no verso 8 do capítulo 2: “Mas vós vos desviastes do caminho,a muitos fizestes tropeçar na lei.

A Bíblia contém mensagens específicas para determinadas pessoas. Não podemos tomá-las e sair por aí aplicando-as às nossas vidas.

Imaginemos um cristão sincero chegando em casa aflito depois de um sermão. Então veementemente conclama a esposa e aos filhos para arrumarem as malas pois terão que mudar daquela casa, daquele bairro, daquela cidade já! Para onde irão? Para onde Deus mostrar! Por quê? Ordem bíblica:  Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gênesis 12:1). Isto não seria uma loucura? É bom que fique bem claro que esta ordem foi dada por Deus especificamente ao patriarca Abraão. Ele deveria se mudar de casa, de cidade, de país. Ele e não nós.

Se aplicarmos o mesmo raciocínio para a ordem que Deus deu a Moisés logo, logo veremos alguns cristãos loucos conversando com pedras pois Deus lhe disse: “Fala à Rocha” (Números 20:8). É para nós este mandamento? Devemos sair por aí dialogando com os rochedos? Ou deveria alguém começar a construir uma arca só porque a Bíblia ordenou a Noé  “Faze para ti uma arca de madeira” (Gênesis 6:14)?

Quando Deus fala com Abraão é com Abraão. Quando Ele fala com Moisés é com Moisés. Com Noé,  Noé. Com sacerdotes, sacerdotes. É claro que a Bíblia está repleta de grandes conselhos que podemos e devemos tomar para nós, mas precisamos submetê-los aos princípios hermenêuticos adequados.

Dizer que Malaquias 3:8-10 é uma mensagem para os cristãos do século XXI é uma fralde exegética. Deus estava dizendo que os judeus do velho concerto eram ladrões! Mas afinal, o que eles estavam roubando?

OS DÍZIMOS DE MALAQUIAS SÃO ALIMENTOS

O dízimo citado em Malaquias 3:8-10 não é dinheiro. É alimento. (Veja o capítulo “Dízimo que Não é Dízimo! Pode?). Em coerência com todos os demais textos bíblicos sobre o assunto, dízimo aqui é MANTIMENTO.

O povo trazia animais perfeitos para a casa do tesouro e, provavelmente os sacerdotes corruptos estivessem roubando os animais sãos e oferecendo em seu lugar animais defeituosos. Malaquias afirma categoricamente que os animais eram roubados(Mal. 1:8 e 13).

Como o dízimo tinha três utilidades básicas: ser consumido pelo próprio dizimista perante o Senhor (Deut. 14:23), sustentar o clero (Num. 18:24) e socorrer os necessitados (Deut. 14:28,29), todos saíam perdendo. Os sacerdotes estavam roubando a adoração à Deus. Impediam ao povo cultuar a Deus conforme as instruções contidas na Lei de Moisés . Eles estavam roubando a glória de Deus. (Mal.2:7-9).

O ritual dos dízimos estava diretamente ligado à liturgia, aos procedimentos de culto e à adoração. No momento em que os sacerdotes desqualificaram o culto, eles e a nação toda mergulharam no obscurantismo religioso. Sem luz os outros pecados eram uma questão de tempo. Desonestidade (2:10); hipocrisia (2:13); adultério (2:14,15 e 16); roubo (1:13).

Advertências ao clero aparecem em outros trechos da Bíblia. Em Ezequiel 34:1-10 lemos: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel… Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos. Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura e vestis-vos de lã.  Degolais o cevado, mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes… a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza… As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes… Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor…”

Precisamos compreender que clero corrupto sempre existiu! As mais duras mensagens da Bíblia são para eles e não para nós. Até o texto de Apocalipse 3:14-22 é mal interpretado. O endereçamento da advertência é claro: “Ao anjo da igreja de Laodicéia”. Ao anjo da igreja. Aos administradores da igreja de Laodicéia.

Tome uma Bíblia na linguagem de hoje e confira.

A Bíblia Viva traz: “Ao líder da igreja de Laodicéia”. Portanto, especialmente os líderes religiosos correm o risco de serem vomitados da boca do Senhor. Eles são os principais mornos. São eles os grandes “nem quentes e nem frios”. Os “coitados, miseráveis, pobres, cegos e nus”. Precisam urgentemente comprar ouro puro, vestes brancas e colírio. Mas, infelizmente suas atitudes são do tipo “rico somos e estamos enriquecidos, e de nada temos falta”!

Roubará o homem a Deus? Dinheiro não! Ninguém está roubando o dinheiro de Deus quando se abstém de dar para a igreja dez por cento de seus salários. Os que adoram a Deus hoje o fazem em espírito e em verdade. Quem deixa de entregar à igreja dez por cento de sua renda não está cometendo nenhum furto. Não existe esta possibilidade! O texto de Malaquias 3:8-10 foi completamente distorcido para se chegar a uma teologia tão esdrúxula.

A casa do tesouro estava sem mantimento porque era administrada por sacerdotes desonestos. A casa do tesouro, um enorme compartimento do Templo destinado à armazenagem da comida santa, passava por problemas administrativos. Malaquias então se levanta e envia uma dura mensagem ao clero judaico.

Roubar a Deus é deixar os órfãos, as viúvas e os pobres sem comida. Malaquias coloca estes criminosos no mesmo patamar dos feiticeiros e adúlteros. (Mal. 3:5). Os dízimos do Senhor estavam sendo desviados das bocas destes excluídos para as “contas bancárias” dos sacerdotes corruptos. Por isso a ordem: Trazei todos os dízimos”. Uma boa parte não estava chegando ao Templo e o Senhor dos Exércitos enviaria as maldições.

A IGREJA NÃO É A CASA DO TESOURO

Os defensores da doutrina do dízimo interpretam muito mal o texto de Malaquias 3:10 afirmando que Casa do Tesouro corresponde à Igreja (Associação) e que os dízimos são dez por cento de nossas rendas. A contextualização é feita da seguinte forma:

DÍZIMO = DEZ POR CENTO DOS SALÁRIOS.

CASA DO TESOURO = IGREJA (ASSOCIAÇÃO)

MINHA CASA = IGREJA (ORGANIZAÇÃO)

MANTIMENTO = COMIDA (DINHEIRO)

Mas, não se pode tomar um versículo bíblico  e aplicar técnicas de contextualização  em apenas parte dele. Se DÍZIMO, CASA DO TESOURO e MINHA CASA foram contextualizados logo MANTIMENTO também precisa sofrer a mesma regra..

Ou deixamos o texto inteiro na sua forma literal ou contextualizamos tudo. É por isso que MANTIMENTO em Malaquias 3:10 contextualizado significará  A PALAVRA DE DEUS,  o pão espiritual, e nunca o pão literal, o sustento do clero, o arroz e o feijão que os pastores compram no supermercado!

Vejamos um outro exemplo:

O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente às águas tranqüilas” Salmo 23:1,2.

Contextualização:

PASTOR = Líder espiritual. Aquele que nos conduz com segurança pelos caminhos da vida.

DEITAR = Descansar pela fé. Depor nossos fardos.

VERDES PASTOS =  A Palavra de Deus. A alimentação providenciada pelo Pastor.

ÁGUAS TRANQUILAS =  A água viva que acaba com a sede do espírito. (João 4:13,14)

 Imaginemos agora alguém dizer que Jesus é o nosso líder espiritual (PASTOR), aquele que nos faz descansar pela fé (DEITAR) e nos alimenta com a Palavra (VERDES PASTOS). É ele também o Deus maravilhoso que nos concede um litro de água mineral bem gelada para mitigar a nossa sede. Que contextualização descabida é esta que se aplica apenas à uma parte do verso? A expressão “águas tranqüilas” não pode ter aplicação literal isolada. Não é H2O.

Desta forma, Malaquias 3:10 contextualizado na versão da Bíblia na Linguagem do Dinheiro ficaria assim: “Trazei DEZ POR CENTO DE VOSSOS SALÁRIOS à ASSOCIAÇÃO para que haja A PALAVRA DE DEUS na IGREJA.

Ora, a Palavra de Deus pode ser comprada? Se sim, em que termos? Por hora, por dia, por capítulo ou versículo? A vista ou a prazo? Com cheque, dinheiro ou cartão de crédito? E as igrejas que não têm dinheiro? Ficarão sem a Palavra de Deus? E aqueles que têm muito dinheiro? Poderão adquirir mais “Palavra de Deus” que os seus irmãos mais pobres? A quem será paga estaPalavra? Bancando o salário do clero estaremos automaticamente pagando a “Palavra de Deus”? E as igrejas sem pastores como serão? Ficarão sem a Palavra?

“EU O SENHOR NÃO MUDO” (Mal. 3:6)

Os homens tentaram modificar a palavra de Deus, mas note que inserido no próprio texto do profeta Malaquias, antes das instruções dizimistas dos versos 8 a 10 do capítulo 3,  Deus declara que Ele não muda. Uma importante advertência aos que pretendem modificar o sentido da mensagem adaptando-a a interesses financeiros.

Deus não muda porque os dízimos em Malaquias continuam tendo ligação com à agricultura, com os frutos da vide, com o mantimento.

Mas, para os obedientes, a benção. Benção detalhada no verso 11 do capítulo 3. Observe bem a descrição bíblica. A benção é prometida àqueles que trouxessem os dízimos à casa do tesouro (e a quem deixasse de roubá-los). Toda a bênção é de conseqüência  agrícola.

Repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra. A vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”.

O que fazem os dizimistas? Tomam a última parte do verso 10 que antecede o texto acima e mudam o sentido da benção. “E depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.

Ora, abrir as janelas dos céus é oferecer boas condições climáticas, chuvas, para que a colheita fosse farta. Era um assunto especificamente destinado aos dizimistas agricultores. Pessoas ligadas à terra! Os outros profissionais judeus, pescadores, carpinteiros, padeiros, guardas, nada tinham a ver com esta briga!

Como então dizer que o devorador aqui é o diabo? Que o fruto da terra são nossos empregos? Que a abastança é dinheiro, prosperidade?

É triste a situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para a igreja e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando ela não vem eles re-interpretam o texto dizendo que a abastança citada por Malaquias é saúde, paz, amor e esperança.

Uma cadeia de equívocos interpretativos pois quando lemos estes quatro versos com a devida atenção fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e não espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde, paz, amor e esperança!

Deus não muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros em série. O fim será uma forte decepção com a religião e com Deus que nenhuma culpa tem neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaquias! Mas o nosso Deus continua sempre o mesmo!

ADVERTÊNCIA FINAL

Já que os nossos líderes religiosos querem tomar para si a aplicação do texto de Malaquias, sugerimos que absorvam primeiramente a grande mensagem contida no capítulo 2 verso 7: “Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos”.

O clero tem a responsabilidade de guardar e de manter o conhecimento. Pastores e líderes devem passar para o povo a instrução correta pois são os depositários da verdade. Precisam parar de ensinar  heresias, distorcendo textos aqui e acolá. Os “sacerdotes” modernos precisam assumir o papel de mensageiros do Senhor dos Exércitos. Não podem enganar os filhos de Deus. Onde está a coragem sacerdotal para dizer à igreja toda a verdade do livro de Malaquias? “Mas vós desviastes do caminho e a muitos fizestes tropeçar…” Mal 2:8

Quanto a nós cristãos membros comuns da igreja, não somos ladrões. Não estamos furtando a Deus. Estamos livres em Cristo vivendo felizes sob o novo concerto. A graça de Jesus já nos libertou destes dogmas. Altar de incenso, circuncisão, dízimos são temas do velho concerto. Nós vivemos numa outra época. “Cada um contribua segundo o seu coração. Não com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama o que dá com alegria”. (II Cor. 9:7).

A superstição criada pela doutrina do dízimo não condiz com a mensagem de liberdade do novo concerto. A crença de que seremos amaldiçoados se não dermos dez por cento de nossos salários à igreja é um engodo e tanto. Superstição. Simplesmente superstição. Não importa qual seja o ritual.

Algumas pessoas usam ferraduras atrás da porta, outros andam com folhas de arruda sobre a orelha e os cristãos dão dízimos de seus salários para afastar as maldições de Malaquias.

A superstição é uma ferramenta perfeita nas mãos de líderes religiosos. Sempre foi assim. Na idade média as pessoas acreditavam que comprando indulgências escapariam do purgatório indo diretamente para o céu. Quanto dinheiro o clero medieval não amealhou durante séculos explorando a crendice supersticiosa de milhões de sinceros!

Hoje líderes religiosos árabes enganam jovens humildes com a “Doutrina da Guerra Santa”. Eles criaram a superstição que garante o Céu aos muçulmanos que morrerem em combate. Ser um homem bomba suicida é lucro. É passaporte garantido para o paraíso eterno.

Também foi uma tola superstição como esta que fez aquele pobre paralítico “mofar” 38 anos às margens do tanque de Betesda. Ele e os demais acreditavam que um anjo de vez em quando aparecia por ali e mexia a água. O primeiro doente a pular dentro do tanque ficava curado. Superstições! Superstições!

Hoje, cristãos sinceros deixam de comprar gêneros de primeira necessidade para pagar dízimos às suas igrejas. Põe dez por cento de seus salários num envelope, lançam-no na salva de ofertas e saem aliviados. “Agora Deus vai me abençoar. Já cumpri minha parte”. A superstição é tão forte que alguns chegam a pagar dízimos com cheques pré-datados afim de se livrarem da maldição de Malaquias.

A SUPERSTIÇÃO é a contramão da GRAÇA. A superstição manda cumprir exigências a fim de se livrar das conseqüências. A graça já nos fez conseqüências. Somos a conseqüência do amor de Deus. Ele tomou a iniciativa e cravou a lei cerimonial na cruz declarando que somos livres!

Aconteceu com os discípulos e acontecerá com você. Embora fossem judeus não eram judeus. Você consegue imaginar Pedro, Tiago e João pagando dízimos ao Templo, a instituição corrompida que matou Jesus?

Eles eram homem livres. Os rebentos do novo concerto. Tinham um ministério de auto-sustentação descompromissado com o sistema judaico. O único discípulo de Jesus a ganhar dinheiro da“Obra” (do Templo) foi Judas Iscariotes. Os sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela traição fatal. Coincidência ou não,  era ele também um grande ladrão!

Roubará o homem a Deus hoje? Não nos dízimos! Com certeza, não! — Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

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Março 19th, 2016

O Voto de Jacó

Neste artigo, o autor demonstra que a história de Jacó compromete a teologia sistemática dos defensores do atual sistema de dízimos. Para ele, o voto a Deus vinculado pela condicional “Se”, desequilibra o conceito dizimista pregado hoje em nossas igrejas.

Jacó deveria ser considerado por aqueles que defendem a doutrina do dízimo um dizimista exemplar. Filho de Isaque. Neto de Abraão. Herdeiro da Promessa. Patriarca escolhido por Deus para fundar a nação israelita. Por que então quase não se ouve pregadores citando o exemplo de Jacó quando o assunto é dízimo?

Simplesmente porque Jacó estraga a teologia sistemática tendenciosa daqueles que estão buscando provar que a doutrina do dízimo, conforme ensinada hoje, tem fundamento bíblico.

O princípio fundamental da interpretação bíblica é que uma doutrina para ser válida precisa obedecer a pelo menos dois parâmetros simples:

a) Não se pode criar uma doutrina em cima de uma só passagem bíblica.

b) Todas as passagens sobre um mesmo tema doutrinário têm que ter coerência entre si.

Desta forma, o dízimo de Jacó teria que estar em consonância com todos os outros textos bíblicos que falam sobre dízimo. Se o assunto é dízimo, os princípios contidos na história de Jacó tem de fazer parte da sistematização teológica global deste ensino. Mas, os princípios dizimistas contidos na história de Jacó nos levam a outras conclusões:

1) “SE” – Esta pequena palavra faz toda a diferença. Jacó aparece orando a Deus. Parece um grande duvidador. “Senhor, se eu for abençoado, se eu tiver comida, roupas, proteção, então em pagarei dízimos”. Observe que o ônus da prova estava com Deus. Se Deus não o abençoasse ele não deveria pagar nenhum dízimo ao Senhor. “Primeiro a Benção. Depois meu  Dízimo!”.(Gênesis 28:20)

É assim que se ensina em nossas igrejas hoje? Claro que não! Nos mandam primeiramente pagar nossos dízimos. Depois virão as bênçãos. Nunca se fala do “SE” de Jacó. O dízimo de Jacó era condicional. Não a benção. Hoje aprendemos o oposto. A benção de Deus é condicional. Quem paga o dízimo a receberá!

2) VOTO – “Fez Jacó um voto” (Gen. 28:20). Ora, se Jacó fez um voto, obviamente ele não era um dizimista, tão pouco Isaque, tão pouco Abraão. Será possível que Jacó, criado no rigor da religião patriarcal não teria aprendido de seu avô e de seu pai esta prática, caso ela realmente existisse? Voto é voto. É propor algo novo a Deus na busca de uma melhor experiência espiritual. Imagine um fiel católico fazendo um voto,  uma promessa, a Santa Ana. Ele se levanta pela manhã e diz: “Minha querida Santa Ana, se tu me deres saúde, prometo todos os dias da minha almoçar e jantar”. Isto é voto? Como pode alguém votar  algo que já faz parte de sua rotina. Jacó, naquela idade, nunca tinha pago nenhum dízimo a Deus. Resolveu então aumentar sua experiência religiosa fazendo um voto.

3)      MÚLTIPLAS CONDIÇÕES AGREGADAS – Há um terceiro aspecto interessante neste relato. Jacó propõe a Deus cinco condições agregadas.

a)      Se Deus for comigo – (Presença de Deus).  E

b)      Se me guardar nesta viagem – (Proteção). E

c)      Se me der pão – (Alimento). E

d)      Se me der vestes para vestir.- (Roupas). E

e)      Se eu voltar em paz à casa de meu pai – (Realização)

Observe que as cinco condições estão unidas pela preposição “E” (Gen. 28:20). Se Deus atendesse quatro dos cinco itens da lista de requisições, Jacó estaria automaticamente livre de cumprir o voto. Ele propôs APROVAÇÃO + PROTEÇÃO + COMIDA + ROUPA + PAZ. Tudo junto! Só cumpriria seu voto se recebesse todas as cinco bênçãos.

Você já ouviu alguém ensinando: “Irmão, pague seu dízimo a nossa igreja somente quando você estiver completamente feliz. Quando você tiver paz, saúde, dinheiro, comida farta e boas roupas, então traga seu dízimo ao Senhor. Se lhe faltar algum destes itens considere-se isento desta obrigação.” É assim que nos ensinam hoje?

4) COPIAR RITUAIS – Em nenhum lugar a Bíblia ordena que os cristãos do século XXI devem copiar ou imitar votos da era patriarcal. Jacó resolveu fazer um voto a Deus e prometeu-lhe pagar dízimos. E daí? Devemos todos nós hoje fazer o mesmo? Que tal então, começarmos a procurar uma pedra, pô-la como coluna e declarar que ali é a casa de Deus. (Gen 28:29). Ou prometer sacrificar nossas filhas em holocausto ao Senhor como fez Jefté. (Juízes 11:30-40). Ou deixar um de nossos filhos sem cortar o cabelo para sempre, como fizeram os pais de Sansão (Juízes 13:3-5). Ou entregar nossos filhinhos menores de três anos à igreja para ali morarem pelo resto de suas vidas, como fizeram Ana e Elcana, pais de Samuel.(I Samuel 1:10-11)

OUTRAS PERGUNTAS INTERESSANTES:

  • Se Jacó não era obrigado a pagar dízimos (antes do voto) por que os cristãos teriam esta obrigação hoje?

  • Se Abraão era um fiel dizimista, porque não passou este ensinamento para seu neto Jacó? Na era patriarcal não era o ensino religioso transmitido de pai para filho, neto, bisneto, etc.?

  • Se Jacó fez um voto sobre dízimo, é sinal que este hábito não era requerido dele antes, não é mesmo? Então, por que requerer dízimos dos cristãos hoje?

  • A quem Jacó pagou seus dízimos? Como ele cumpriu este voto?

  • Se o dízimo de Jacó foi pago em forma de dinheiro quem recebeu esta importância?

Obviamente Jacó seguiu os princípios bíblicos de dízimo. Pagou seu dízimo  em forma de alimento. Certamente ele o comeu em rituais litúrgicos ou o distribuiu aos pobres e necessitados. Não pode ter havido outra forma para Jacó cumprir a promessa.  Nos seus dias ainda não havia templo, sacerdotes, levitas. O mais racional é aceitar que Jacó seguiu as aplicações dizimistas que anos mais tarde seriam consolidadas por Moisés em Deuteronômio 14 e outros textos já mencionados.

O voto de Jacó é o voto de Jacó e não seu. Ele votou pagar dízimos. Deve ter cumprido. Que temos nós a ver com o voto de Jacó? Devemos dar hoje dez por cento de nossos salários à igreja, só porque Jacó fez um voto a Deus há mais de 3.500 anos atrás?

Pare de viver reprimido. Expulse o medo de mudar. Chega de viver amarrado às superstições humanas. Aventure-se pela fé e permita que Deus lhe revele novas verdades. Faça da Bíblia e somente a Bíblia seu livro-guia. Não se deixe envenenar por argumentos meramente humanos. Quem aceita a tradição, como base para a religião, não chega a lugar nenhum. Vive a morte espiritual em vida. Vai a igreja toda semana como um cadáver adiado que procria formalismos eternos sem nexo, sem lógica. Uma vida inteira vazia e sem paz.

Suas crenças tem que aceitar que há um instinto sobrenatural no homem que o faz buscar a verdade. Não adianta cerrar os ouvidos. Se o seu entusiasmo pela Causa é intenso, fortes serão os motivos para abandonar as falsas doutrinas e alcançar as verdadeiras. Viva a liberdade em Cristo. Deus aprecia os VOTOS. As SUPERSTIÇÕES, com certeza, Ele as abomina. Todas. Todas. —Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

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Março 19th, 2016

Abraão: Dizimista Modelo?

Neste artigo, o autor argumenta que Abraão nunca foi, de fato, um dizimista. Assim, aqueles que defendem a doutrina do dízimo citando o exemplo do patriarca, estariam deturpando o conteúdo bíblico e agindo de má fé.

Os personagens bíblicos do Velho Testamento são heróis? Nem tanto!

Certamente são homens que inspiraram vidas.  Os conteúdos de suas histórias ainda nos são oferecidos como exemplos hoje. Mas, devemos fazer tudo o que eles fizeram? Devemos viver exatamente como eles viveram?

Abraão. É indiscutível que o patriarca Abraão nos deixou um grande exemplo. Fé, altruísmo, companheirismo com Deus. Porém, devemos realmente viver como tal qual ele viveu? Agir como ele agiu em todas as situações?

Seria correto, por exemplo, imitar-lhe o exemplo poligâmico? (Gênesis 16:2 e 26:6) Abraão era um escravagista nato (Gen 17:23, 27). Algum cristão sincero defenderia hoje  a escravidão em nome de Abraão?

Abraão era um grande latifundiário. (Gênesis 13:10, 14 e 15). Centenas (Gênesis 14:14) de “sem-terra” escravos trabalhavam para o fazendeiro Abraão, que além de muitas terras, possuía muito gado, muito ouro e muita prata (Gênesis 13:2). Que tal este exemplo para nossos dias? É justa toda esta concentração de riqueza? Que péssima distribuição de renda na “Nação Abraão”, não? Uma enorme injustiça social! Deve este modelo ser copiado hoje?

Os filhos “oficiais” de Abraão foram oito. Isaque nascido de Sara. Ismael nascido de Hagar e mais seis rapazes nascidos de Quetura (Gênesis 25:1 e 2). As filhas e os outros filhos de concubinas não são citados por nome. São estatísticas genéricas (Gênesis 25:6). Mas observe que antes de morrer, Abraão tomou todas as suas riquezas, terras, gado e transferiu tudo para o nome de Isaque. O filho predileto tornou-se herdeiro único. Aos outros irmãos coube apenas uma indenização, ou melhor, uma compensação, conforme narrado em Gênesis 25: 5, 6. Abraão ainda teve o cuidado de banir todos os seus filhos de casa, mandando-os para o Oriente – o lugar de exílio mais distante (Gênesis 25:6), para que Isaque não tivesse problemas com irmãos herdeiros concorrentes. É este um bom exemplo de pai a ser seguido hoje?

Ainda é interessante lembrar que todos estes filhos de Abraão nasceram antes de Isaque. Quetura era mulher de Abraão, como também a Sra Hagar, em coadjuvância com Dona Sara a “esposa principal”. Enganam-se aqueles que imaginam que Abraão tomou Quetura como esposa após a morte de Sara. Lendo atentamente o relato de Gênesis 17:17 notamos que Abraão ri admitindo sua incapacidade de gerar filhos aos 100 anos. Se ele não tinha mais virilidade para engravidar Sara naquela idade, como explicar o mesmo Velho Abraão, 37 anos depois (Ver Genesis 23:1), viúvo, casando com uma nova mulher chamada Quetura e tendo outros seis filhos?

Nos tempos bíblicos o espaço de tempo entre uma gravidez e outra era determinado pelo período da amamentação. Abraão precisaria de pelo menos 20 anos de procriação para gerar estes outros seis filhos de uma mesma mulher. Em épocas remotas, quando as vacinas BCG ainda não existiam para garantir a imunidade do bebê, o leite materno era a principal fonte de vida e sobrevida. Por isso a mãe amamentava a prole durante anos. O pai colaborava abstendo-se de relações sexuais com a “mulher-láctea”, isto porque, uma nova gravidez encerraria o fluxo leiteiro. Um desastre para o bebê e uma catástrofe social nas comunidades nômades  aversas à  mortalidade infantil.

Daí, a “necessidade” poligâmica  masculina. Enquanto uma esposa estava amamentando, uma outra estava gerando, uma outra estava sendo emprenhada, e assim por diante…

“Tinha Abraão a idade de noventa e nove anos quando lhe foi circuncidado a carne de seu prepúcio (…) e todos os homens nascidos em casa” (Gen. 17:24-27). Aos 99 anos Abraão já tinha muitos homens nascidos em sua casa. (Fora as filhas nunca contabilizadas).

Todos os exemplos aqui citados são dignos de imitação hoje? Claro que não. Isto nos leva a concluir que certos costumes, tradições e procedimentos só têm lugar em épocas remotas e não são aplicáveis a nós hoje cristãos do Século XXI.

E quanto ao dízimo de Abraão? Observemos atentamente o contexto histórico:

Fim de viagem! Depois de uma grande jornada e muitas experiências pelo caminho. Depois do Egito, Neguebe e Betel  Abraão fixa acampamento e ergue um altar ao nome do Senhor. “Afinal, chegamos!”. Mas o gado era muito e os pastores de Ló brigavam com os de Abraão. Eles conversam e pacificamente decidem pela separação. Abraão escolhe três amigos e se faz vizinho deles. São os senhores Manre, Escol e Aner. Três irmãos amorreus donos de carvalhais nas terras de Canaã. Ló, por sua vez, estende sua fazenda para o lado do oriente até os limites de Sodoma. Lindas e bem regadas campinas do Jordão.

Tudo estava indo muito bem. Até que estoura uma guerra. Cinco reis cansados de  servir por doze anos a um tal de Quedorlaomer, rei de Elão, resolvem se rebelar no décimo-terceiro ano. Quedorlaomer prepara a reação. Convoca outros três reis amigos e saem para sufocar os rebeldes. Gênesis 14:1-17 chama este evento de “A Guerra de Quatro Reis Contra Cinco”. Os reis rebeldes eram trapalhões. Não tinham muita logística de combate. Dois deles caem em poços de betume e os outros três fogem para salvar a  própria pele.

Sua majestade, o rei Quedorlaomer, vem no décimo-quarto ano consolidar a vitória. Os reinos derrotados Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar são subjulgados impiedosamente. Tudo e todos são levados cativos. Homens, mulheres, crianças, gado, alimentos. “Os quatro reis tomaram todos os bens de Sodoma e Gomorra, e todo o seu mantimento, e se foram” (Gênesis 14:11). Assim, Ló, um homem muito rico, morando nas vizinhança de Sodoma, no lugar errado, no momento errado, cai nas garras de Quedorlaomer, que lhe confisca todos os bens.

Lá nos carvalhais de Manre, Abraão toma conhecimento dos fatos. Confabula então com seus amigos Manre, Escol e Aner. Criam uma tropa de elite com  trezentos e dezoito bravos guerreiros. Todos criados em sua casa. E saem em perseguição a Quedorlaomer. A vitória é esmagadora. Todos os cativos, “homens, mulheres e o povo” (Gen. 14:16)  são libertados. Todos os despojos recuperados.

Acontece então uma cena impressionante. Melquisedeque, rei de Salém, a Terra da Paz, nação dos Jebuseus, aproxima-se de Abraão e o abençoa. Melquisedeque era Sacerdote do Deus Altíssimo. Talvez um símbolo do Messias. Um Sumo Sacerdote do Deus verdadeiro saído dentre os “gentios”! Até aí nenhuma novidade. Mais tarde outras escolhas deste tipo aconteceriam. (Balaão, por exemplo, era um profeta com poder para abençoar e amaldiçoar nada menos que o povo escolhido de Deus, sendo ele mesmo um amonita).

Melquiseque abençoa a Abraão. Traz-lhe pão e vinho. E diz: “Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gênesis 14:20). Abraão então organiza os despojos recuperados. Contabiliza tudo. Parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra. Uma outra parte a Ló e uma outra parte se referia ao “custo operacional da guerra”. Os reis de Sodoma e Gomorra sugerem a Abraão ficar com os bens materiais e devolver apenas as pessoas seqüestradas por Quedorlaomer. Abraão recusa a proposta. Devolve tudo aos seus legítimos donos. Mas, antes de fazê-lo, calcula o dízimo sobre o valor destes despojos e paga-o ao Sacerdote Melquisedeque.

Pagar é um termo muito pesado. O texto bíblico diz que Abraão deu o dízimo de tudo. Não do seu patrimônio, mas dos despojos recuperados na guerra. (Ver Hebreus 7:4).

Ninguém pode afirmar que Abraão vivia sob alguma forma de lei que o obrigava a ser um dizimista. Nem tão pouco pode afirmar que Deus exigia dele, sob mandamento, dez por cento de sua renda. O dízimo na era patriarcal não era obrigatório. Muito menos sistemático. A sazonalidade do dízimo estava ligada a fatos especiais que traziam mudanças de rendas. Destas receitas extras dava-se o dízimo.

Abraão DEU o dízimo. A obrigatoriedade dizimista só começaria a existir na era levítica. (Veja o contraste das expressões contidas em Levíticos 27:30-33; Números 18:24; Deuteronômio 14:22-29). Quem usa o exemplo de Abraão como fiel dizimista, não está atento a vários detalhes:

a) Abraão deu o dízimo do excedente que ele tinha conquistado na guerra. (Hebreus 7:4).

b) Muitas das posses que ele recuperou pertenciam a Ló (Gênesis 14:16).

c) A maior parte dos despojos pertencia aos reis de Sodoma e Gomorra (Gênesis 14:11)

d) Nada pertencia a Abraão, que se recusou a tomar qualquer coisa para si. (Versos 21-24)

e) A lei dos dízimos (Levíticos 27:30-31) exigia dízimos em forma de coisas produzidas pela terra: grãos, gado. Em nenhuma parte fala para dizimar despojos de guerra.

f) Após a guerra, Abraão ficou com o mesmo “patrimônio” que possuía antes. Não houve acréscimo de renda. (Gênesis 14:24). Portanto ele deu o dízimo perfazendo um caminho inverso da orientação teológica apresentada em nossos dias, que manda dizimar rendas, ganhos e lucros.

g) Os despojos de guerra incluíam serem humanos, escravos capturados do exército inimigo. Deveriam as nações hoje “dizimar” os prisioneiros de guerra?

h) Para que o dízimo de Abraão tenha o mesmo significado dos dízimos cobrados hoje pelas igrejas cristãs, ele teria que ter ficado com os outros 90%. Que dizimista é este que dá 10% para o Sumo Sacerdote e os outros 90% para um rei pagão, descontando apenas o custo operacional da guerra?

i) Jesus nunca recebeu dízimos. Se Melquisedeque simbolizava a Cristo, por que não encontramos relatos de pessoas dando dízimos a Jesus durante Seu ministério aqui na Terra? Não é Ele o Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque? Como ousam os líderes religiosos hoje exigir dízimos aos seus fiéis na qualidade de sacerdotes sucessores de Melquisedeque, se o nosso Sumo Sacerdote não fazia assim?

j) Abraão tomava animais, cortava em pedaços quando fazia um concerto com Deus. Por que os líderes hoje não mandam seus fiéis repetirem também estes rituais em suas igrejas, já que o exemplo de Abraão deve ser seguido em nossos dias?

DESPOJOS DE GUERRA

Dízimo sobre despojos é único neste caso de Abraão. Dois outros exemplos são apresentados no Antigo Testamento. O primeiro em Êxodo 3:21-22; 11:2-3; 12:35-36, quando os Israelitas espoliaram os Egípcios pouco antes de saírem para o deserto. Está bem claro que eles não deram (tão pouco pagaram) qualquer dízimo.

Interessante notar que o texto justifica esta espoliação afirmando que aquilo era uma compensação salarial pelos muitos anos de trabalho escravo. Esta massa de salários atrasados, esta indenização trabalhista paga na despedida, deveria ser, à luz da teologia moderna, cem por cento dizimável. Entretanto isto não acontece. Mas, a seu bom tempo, meses mais tarde, parte desta fortuna é oferecida liberalmente, de todo o coração, não por tristeza ou por necessidade, mas com prazer, em forma de ofertas voluntárias para a construção do Tabernáculo. Deus ama quem dá com alegria! (Ver Êxodo 35:5,20,21; 36:3,5,6)

O segundo exemplo traz detalhes sobre os procedimentos das ofertas aplicados aos despojos de guerra. O texto encontra-se em Números 31. Houve uma guerra com os midianitas. Um quinhentos-ávos da metade dos despojos destinada à congregação deveria ser oferecida como oferta ao Senhor (verso 27 e 28). Um cinquenta-ávos da outra metade deveria ser oferecida pelos soldados ao sacerdote Eleazar (Verso 29).

Nenhum sistema de dízimo é aplicado a estes despojos. E saber que toda aquela matemática de divisão de ofertas dos despojos, incluía bois, jumentos, ovelhas. (Versos 9, 26-31). Exatamente as mesmas “unidades monetárias” utilizadas no cálculo do dízimo da era levítica.

Assim, podemos afirmar  que Abraão deu o dízimo a Melquisedeque sem estar obedecendo alguma lei que o obrigasse a fazê-lo. É mais fácil afirmar que ele estava seguindo uma tradição de sua época. Costumes religiosos da cultura de seus dias. Ele deu o dízimo sobre valores de coisas roubadas. Coisas roubadas, recuperadas e devolvidas aos seus legítimos donos (Gênesis 14:21-23). Deu também o dízimo sobre o salário alheio. Sobre a parte que se referia ao pagamento dos homens que foram com ele para a guerra. Os trezentos e dezoito valentes e seus amigos Aner, Escol e Manre. (Gênesis 14:24).

Aqueles que buscam em Abraão um exemplo de fiel dizimista deveriam explicar sua prática de dar o dízimo. Explicar o “pagamento” de um dízimo feito a um sumo-sacerdote “gentio”.

Quem eram seus sacerdotes? Como era composto seu clero? Será que o evangelho foi pregado primeiramente aos Jebuseus, em contraste ao que é afirmado em Gálatas 3:8: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações”.

Para Abraão o princípio de dar dízimos não lhe era estranho. Tabletes cuneiformes comprovam esta prática entre os povos da Mesopotâmia. Os caldeus e os babilônicos sustentavam seus templos, seus deuses com dízimos. (Veja W. von Soden, He Ancient Orient, Eerdmans, 1994, pp. 188-198. Também  A. Leo Oppenheim, Ancient Mesopotamia, University of Chicago, 1977, oo. 183.198 W. Eichrodt, Theology of He Old Testament, SCM, 1987, Vol. I, pp. 141-177 Harris, Archer, Waltke, Theological Wordbook of He Old Testament, Moody Press, 1980).

Concluímos então que Abraão não é um exemplo de dizimista para nossos dias. Em nenhuma parte da Bíblia ele é apresentado como um dizimista sistemático, regular. Suas práticas de dízimos em nada se parecem com as requeridas hoje em dia pelos pastores e líderes cristãos. Abraão dizimou justamente riquezas que não lhe pertenciam. Riquezas que ele devolveu (90%) aos seus legítimos donos. Abraão estava seguindo um costume de sua época. Costume dos povos da Antiguidade.

Abraão deu seu dízimo a um sacerdote-rei cultuado pelos fenícios e cananeus. Embora a identidade e o significado de Melquisedeque não seja assunto bem claro,  ele era dos Jebuseus. Mas, Melquisedeque representava a Cristo. E ele abençoou Abraão e sua prática dizimista.

Se Deus abençoou o sistema de dízimo de Abraão, como alguém ousaria mudar todo o contexto e fazer aplicações distorcidas para sustentar uma teologia moderna de espoliação a crentes sinceros. Pessoas simples que são induzidas a dar dez por cento de suas rendas a líderes religiosos  completamente desassemelhados a Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo. O recebedor e abençoador do dízimo especial de Abraão?

Na realidade tudo aquilo era uma grande tipologia. Melquisedeque representando Jesus, nosso Sumo Sacerdote. Uma sombra do Messias vindouro. Abraão retornando a Jerusalém, a Cidade da Paz, trazendo os cativos, simbolizando liberdade à vidas outrora presas pelas forças satânicas. O pão e o vinho também estavam ali nas mãos de Melquisedeque complementando a belíssima tipologia da salvação. Da liberdade. Da paz. O dízimo de Abraão também era um ritual simbólico. Adoração ao Deus que liberta. Uma oferenda. Um culto ao grande Deus que garante todas as vitórias! Àquele que nos fez livres em Cristo Jesus.

Esta é a história de um Deus que ama àqueles que Lhe dão ofertas voluntárias. Sem imposição. Sem coação. Sem ameaças de maldição. Sem superstições.

“Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abraão numa visão, dizendo: Não temas, Abraão, Eu sou teu escudo; o teu galardão será muito grande.” (Gênesis 15:1).

E quanto a você, ainda teme ser amaldiçoado, caso decida parar de sustentar um clero financista ávido por receber taxas e mensalidades que eles insistem em chamar de “dízimos”?

Pense bem! Deus é o seu escudo, e o seu galardão será grande. Liberte-se hoje de todas estas superstições denominacionais e o Senhor fará de você uma grande nação! — Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

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junho 25th, 2012

Artigo escrito por – Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

Dízimo Que Não é Dízimo! Pode?

Neste artigo, o autor argumenta que os dez por cento dos salários e das rendas dos fiéis entregues sistematicamente à Igreja não são dízimos, biblicamente falando. Segundo ele, “a doutrina do dízimo como ensinada hoje em nossas igrejas constitui um atentado contra a verdade.”

Não pode haver maior equívoco do que presenciar em nossas igrejas pessoas sinceras colocarem uma certa quantidade de dinheiro dentro de um envelope, valor correspondente a 10% de seus ganhos e saírem satisfeitas achando que deram dízimos ao Senhor. Elas precisam aprender o que significa dízimo. Biblicamente falando.

Dízimo na Bíblia nunca está relacionado a dinheiro. Nunca. Nunca. Dízimo sempre está relacionado a comida, alimentos, produção agro-pecuária.

Não que não houvesse dinheiro nos tempos bíblicos. Algumas taxas para o Templo só eram aceitas em forma de dinheiro (Êxodo 30:14-16 e 38:24-31). O dinheiro era utilizado para comprar sepulturas (Gênesis 23:15-16). O dinheiro era usado para comprar bois para serem oferecidos em sacrifícios. (II Samuel 24:24). Era utilizado para pagar tributos vassalos. (II Reis 23:33,35). Era utilizado para comprar imóveis (Jeremias 32:9-11). Para pagar salários (II Reis 22:4-7). Para fazer câmbios (Marcos 11:15.17). O próprio Jesus foi vendido por dinheiro.

Entretanto, Deus estabeleceu que somente as pessoas ligadas à produção agro-pecuária deveriam trazer dízimos. Nem todos trabalhavam plantando ou criando gado. A Bíblia fala de várias outras atividades profissionais não ligadas a agro-pecuária:

Artesãos (Exôdo 31:3-5; 35:31-35; II Reis 16:10);

Padeiros (Gênesis 40:1-2; Jeremias 37:21; Oséias 7.4);

Carpinteiros (II Samuel 5:11; II Reis 12:11; II Crônicas 24:12; Esdras 3:7; Isaías 44.13; Mateus 13:55;

Cozinheiros (I Samuel 8:13; 9:23-24).

Guardas (II Reis 22:4; 25:18; I Crônicas 15:23-24; Jeremias 35:4);

Pescadores (Isaías 19:8, Jeremias 16:16; Ezequiel 47:10; Mateus 4:18: 13:48; Lucas 5:2)

Mestres-de-Obra (Rute 2:5-6; I Reis 5:16; II Crônicas 2:2,18; Mateus 20:8)

Ourives (Neemias 3:8, 31-32; Isaías 40:19; 41:7; Jeremias 10;9

Caçadores (Gênesis 10:9; 25:27; Jeremias 16:16)

Mercadores (Gênesis 23:16; 37:28; I Reis 10:15; Neemias 13:20; Mateus 13:45)

Músicos (I Reis 10:12; I Crônicas 6:33; 9:33; II Crônicas 5:12)

Alfaiates (Êxodo 28:3; 35:25-26; II Reis 23:7; Proverbios 31:19; Atos 9:39)

Coletores de impostos (Daniel 11:20; Mateus 10:3; Lucas 5:27).

Estes trabalhadores não pagavam dízimos. Uma vez que os dízimos eram oferecidos somente em forma de grãos, ovelhas, gado, você consegue imaginar os profissionais acima comprando bois, vacas e cereais para participar das entregas dos dízimos? Onde está escrito na Bíblia que eles procediam assim? Se eles não produziam este tipo de riqueza não seria uma incoerência exigir deles dízimos de coisas que não eram legitimamente frutos de suas ocupações? Não há nenhuma citação bíblica de que os frutos do trabalho podiam ser cambiados ou compensados por ovelhas ou grãos a fim de se cumprir o procedimento dos dízimos.

É certo que nem sempre as pessoas eram pagas com dinheiro. Jacó trabalhou 14 anos para Labão e recebeu duas esposas como pagamento. Recebeu também ovelhas e bodes mais tarde. (Gênesis 29:15-30 e 30:32). Mas o assunto aqui em foco é mostrar que alguns profissionais recebiam seus salários em dinheiro como acontece hoje. Em II Reis 22:4-7 vemos os reparadores do Templo recebendo seus salários em dinheiro. Quem eram os reparadores do Templo? Carpinteiros, construtores, artesãos, pintores.

Em I Samuel 13-19:21 temos ferreiros ganhando seus honorários também em forma de dinheiro. Isto mostra que esta prática era conhecida e utilizada. E o que dizer das parábolas de Mateus 20:1-2 e Lucas 10:34-35 quando Jesus cita trabalhadores recebendo seus salários numa época em que os fariseus continuavam a dizimar o endro e o cominho (alimentos, por sinal)?

É certo então afirmar que a sociedade mudou? É correto afirmar que nos tempos bíblicos todas as pessoas tinham ovelhas, bois e grãos para dar ao Senhor e que hoje em dia nosso dinheiro faz esta correlação? Claro que não!

Dinheiro já existia desde os tempos de Abraão. Salário, comércio, negócios sempre existiram. Nos tempos antigos haviam variadas profissões e ocupações como hoje. Se o dízimo tivesse sido estabelecido sob a forma de dinheiro, ninguém teria dificuldade de adorar a Deus desta forma. Mas não foi assim que Deus quis. Dízimo na Bíblia é sinônimo de alimento.

Ofertas podiam ser trazidas em forma de dinheiro (II Reis 22:4-7) Mas, quando o assunto era dízimo, somente ovelhas, bois, grãos, comida. Dinheiro nunca!

Por este motivo, em nos nossos dias, dízimo não é dízimo. Seu dinheiro entregue naquele envelope não é, e nunca será um dízimo à luz da Bíblia. Foi Deus quem soberanamente estabeleceu o que é dízimo e o homem não pode mudar.

“Todos os dízimos do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor, são santos ao Senhor. No tocante a todos os dízimos de vacas e ovelhas, de tudo que passar por debaixo da vara do pastor, o dízimo (O DÉCIMO) será santo ao Senhor. Não esquadrinhará entre o bom e o ruim, nem o substituirá. Se de algum modo o substituir, ambos serão santos, e não podem ser resgatados”. Levítico 27:30-32

Curiosamente, o dizimista não tinha que separar o PRIMEIRO para Deus, mas o DÉCIMO, o último. Os animais iam passando por debaixo da vara do pastor. O dízimo ou o décimo era separado e entregue ao Senhor. Quem tivesse nove ovelhas estava automaticamente isento do dízimo. Acontece assim hoje? Quantas modificações implantadas pelos homens!

OS DÍZIMOS DEVIAM SER COMIDOS PELOS DIZIMISTAS

Porque eram os dízimos aceitos somente em forma de animais e grãos? Muito simples! Vejamos os textos abaixo:

“Certamente darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que cada ano se recolher no campo. Perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher para ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu cereal, do teu vinho e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. Mas se o caminho for longo demais, de modo que não os possas levar, por estar longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado, então vende-os e leva o dinheiro na tua mão e vai ao lugar que o Senhor teu Deus escolher. Com esse dinheiro comprarás tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer outra coisa que te pedir a tua alma. Come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te tu e a tua familia” Deuteronômio 14:22:29

“Trareis a este lugar os vossos holocaustos e os vossos sacrifícios, os vossos dízimos e as vossas ofertas especiais, os vossos votos e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. Ali comereis na presença do Senhor vosso Deus e vos alegrareis com as vossas familias por todo o bem que vos abençoar o Senhor vosso Deus. Então, ao lugar que escolher o Senhor vosso Deus… para ali trareis…. vossos dízimos” Deuteronômio 12:6,7,11

Os dízimos deviam ser comidos pelos dizimistas na presença do Senhor, no local que Ele ordenasse. No desespero para explicar este e outros textos onde Deus manda o próprio dizimista consumir seus dízimos, alguns teólogos, tomando por base escritos da tradição judaica, afirmam que os Judeus pagavam três tipos de dízimos. Esta tese é muito difícil de se sustentar, pois a Bíblia não declara isto.

Estes estudiosos dizem que os judeus davam um dízimo para sustentar as festas cerimoniais, um outro dízimo para sustentar os levitas e um outro dízimo trienal para sustentar órfãos, viúvas e os pobres em geral. 23,33% no total (*). Uma matemática tendenciosa pois dízimo, como o termo está indicando é 10% e não 23,33%!

Por que, os que fazem esta afirmação, não cobram também três dízimos dos seus fiéis hoje? Eles têm respaldo bíblico para isso! A verdade é que os dízimos no Velho Testamento não tinham apenas a função de sustentar o clero mas também contribuía para um maior equilíbrio social. Os dízimos entregues nas igrejas cristãs hoje estão anos-luz do ideal bíblico, sendo portanto espúrio. Um verdadeiro estelionato sobre a fé alheia.

O que os textos de Levítico e Deutonômio afirmam claramente:

1) Que o dízimo deveria ser calculado sobre o fruto das semente, cereal, vinho, azeite, vacas e ovelhas.

2) Que o dizimista deveria comer seus dízimos no lugar em que o Senhor indicasse.

3) Que o dizimista poderia vender o dízimo e com o dinheiro apurado comprar o que desejasse comer e beber a sua alma. Mas, nada de levar dinheiro à presença do Senhor! Se alguém não pudesse transportar os dízimos em forma de alimentos, bois e vacas, deveria vendê-lo e com o dinheiro apurado comprar outras coisas para comer, beber e se alegrar.

4) Que o décimo animal (não o primeiro) deveria ser separado para o Senhor.

Alguns teólogos hoje, tomando o texto de Provérbios 3:9, tentam incutir na mente do povo que devemos dar primeiro para Deus. Mas, o termo “primícias” está ligado a qualidade e não a seqüência quantitativa. Tanto é verdade que A Biblia na Linguagem de Hoje traduziu este texto assim: “Adore a Deus, oferecendo-lhe o que a sua terra produz de melhor.”

5) Que deveriam dar o dízimo “quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado”. Dízimo na Bíblia sempre aparece numa escala crescente. De lucros, de ganhos, de bênçãos, de aumento de renda. Nunca num ambiente decrescente, de prejuízos, de recessão, de pouco dinheiro. “Todo o bem que vos abençoar o Senhor vosso Deus.” “Quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado”. Quando um israelita era abençoado, somente nesta situação deveria ele trazer dízimos ao Senhor. Abraão também deu dízimos sobre um aumento de rendas. Jacó fez um voto a Deus sob a mesma base. Se fosse abençoado pagaria dízimos.

6) Que era dizimável o aumento de renda das benção advindas da agro-pecuária. Nenhum texto diz que lucros sobre outras atividades produtivas deveriam ser dizimadas.

7) Dízimos poderiam ser utilizados para fazer caridade. (Deut. 14:28-29).

Observe o próprio Deus condenando a prática do dízimo. Em II Samuel 8:17 Ele avisa ao povo de Israel, através do profeta Samuel, que a escolha de mudar o sistema de governo para monarquia levaria o novo rei a cobrar o dízimo sobre o rebanho como faziam os reis pagãos.

O texto apresenta o assunto do dízimo num contexto pejorativo junto com outras práticas condenáveis: “Tomará as vossas filhas” (Verso 13). “Tomará o melhor das vossas terras” (Verso 14) “As vossas sementes e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servos” (Verso 16). “Dizimará o vosso rebanho” (Verso 17). O dízimo criado pelo homem é falso. Aqui está condenado o ato de coerção. Da obrigatoriedade do dízimo. Da taxa dizimal.

A Bíblia fala de um só dízimo. O Pentateuco não cita “primeiro dízimo”, “segundo dízimo”, “terceiro dízimo”. Fala de três destinos. Três aplicações. Três usos:

1) O dízimo podia ser comido pelo dizimista.

2) O dízimo deveria socorrer órfãos, viúvas e necessitados.

3) O dízimo deveria sustentar os levitas.

OS DÍZIMOS DEVERIAM SUSTENTAR OS LEVITAS

Em Números 18:23, 24, 31 lemos: “Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação, e levarão sobre si a sua iniquidade. Este será estatuto perpétuo pelas vossas gerações. No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, dei-os por herança aos levitas, pois eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Vós e a vossa casa o comereis em todo o lugar, pois é vosso galardão pelo vosso serviço na tenda da congregação”

A primeira coisa a se observar neste texto tão utilizado pelos teólogos dizimistas hoje, é que os dízimos, destinados a sustentar os levitas, eram dados ao Senhor como oferta alçada. Porque a Bíblia condena a coerção nos destinos dos dízimos. (I Samuel 8:16 e 17; Isa 1:11-17; Amós 5:21-25; 8:10,11). Não havia nenhuma obrigatoriedade sistemática. A Bíblia não afirma que o destino dos dízimos era exclusivamente para o sustentar o clero.

Um segundo passo é notar que esta ordenança de Números 18 foi dada no deserto. Quando Moisés começa a escrever o que lemos em Deuteronômio (que aliás, significa A Repetição da Lei), ele já está no final dos seus 120 anos de vida. Ele diz: “São estes os estatutos e juízos que cuidareis de cumprir na terra que o Senhor, o Deus de vossos pais, vos destinou como possessão, todos os dias que viverdes na terra” Deut. 12:1.

12/28/2004 1:45 PM
Deste ponto em diante aparecem as outras opções do uso do dízimo autorizando o dizimista a comer seus próprios dízimos ou dá-los aos necessitados. (Interessante. Nesta época os levitas, os representantes do clero, estavam em igualdade social com os excluídos. Os órfãos, as viúvas e os pobres. Havia uma identificação do clero com as pessoas humildes. Pertenciam ao mesmo padrão social).

Havia um só dízimo com aplicações diversificadas. Não eram dízimos adicionais. A teoria dos três dízimos é invenção da tradição judaica.

Com o passar do tempo os dízimos foram tomando destino exclusivo para os levitas. No segundo Templo, após o cativeiro, já se observa uma institucionalização acentuada conforme narrada em Neemias 10:38-39; 13:10-12.

Após o cativeiro Neemias faz alguma modificações. Não nos princípios da Lei de Moisés, mas na regulamentação dela. Talvez, devido a situação financeira caótica do pós-exílio ele reduz o valor da taxa do Templo que era de meio siclo (Êxodo 30:12-16) para um terço de siclo (Neemias 10:32,33). Ele implementa outras regras novas.

Deve-se levar em conta que Neemias era um restaurador. Reconstrutor de uma sociedade cuja religião funcionava sobre pilares cerimoniais. O que ele faz então:

Reduz a taxa do Templo. (Neemias 10:32,33)

Organiza para que os dízimos sejam trazidos ao Templo (A casa do tesouro) para sustentar os levitas (Neemias 10:37) – (Leia todo o capítulo 10 sobre a “Aliança do Povo” – um verdadeiro pacto de reforma da sociedade israelita pós-exílio)

90% da população morava agora em outras cidades. Fora de Jerusalém. Neemias precisava regulamentar o sustento dos sacerdotes levitas que viveriam na capital.

Os judeus continuariam trazendo seus dízimos em forma de alimentos. Frutos das suas colheitas. Nenhum sistema de pagamento de dízimos em dinheiro foi instituído pelo reformador. (Neemias 10:35).

Nem todos os levitas eram sacerdotes. Alguns eram:

Professores (Deut. 24:8; 33:10; II Cron 35:3; Neem. 8:7)

Juízes (Deut 17:8-9; 21:5; 1Cron 23:4; 2Cron 19:8).

Trabalhadores da Àrea de Saúde (Lev 13:2; 14:2; Lk 17:14).

Cantores e Músicos (1Cron 25:1-31; 2Cron 5:12; 34:12)

Escritores e Bibliotecários (1Cron 2:55; 2Chr 34:13)

Arquitetos e Construtores (2Cron 34:8-13)

Os que defendem que o dízimo deve ser destinado apenas para o sustento dos pastores, os levitas modernos, deveriam incluir nesta lista outros trabalhadores da igreja: músicos, cantores, zeladores, construtores, diretores da escola sabatina, anciãos.

Nem todos os levitas trabalhavam no Templo. Havia organização de turnos. O “pico” das atividades acontecia em época de festas. Por isso vemos as instruções de sustento do clero em Número 18 quando em atuação no Templo e em Deuteronômio 14 para os levitas que estavam espalhados nas cidades e que consumiam os dízimos, juntamente com os órfãos e as viúvas.

Nossos dízimos hoje não tem nenhuma correlação com o dízimo bíblico. Não temos Templo, nem sacerdotes, nem levitas. Não vivemos numa sociedade teocrática. A lei cerimonial acabou. Não existe mais a “Casa do Tesouro”, depósito central para aquela quantidade enorme de alimentos e animais.

Quando alguém põe num envelope 10% de seu salário, à luz da Bíblia, não está pagando dízimos ao Senhor. Deveríamos chamar aquilo de taxa denominacional, oferta sistemática ou pacto financeiro. Mensalidades, talvez. Invenção da teologia moderna.

Toma-se textos do Velho Testamento e através de um seqüestro cerebral cria-se uma base supersticiosa. Quem dá dez por cento de suas rendas para a igreja será abençoado. Quem não o fizer, ficará sujeito às mil maldições que lhe aguardam na próxima esquina.

Surge no denominacionalismo a figura do hipócrita social representando um papel que ele mesmo não crê. Líderes financistas, guardiães de um institucionalismo ferrenho, criado para perpetuar seus próprios interesses corporativistas, ludibriam multidões de sinceros.

Um dia a lei de Newton das paixões sufocadas vai vingar todo este descalabro que, perplexos hoje testemunhamos. Levado a cabo em nome da religião. A cada ação repressora acontecerá no futuro uma ação igualmente contrária. Quando? Quando a verdade libertar o povo de Deus de todas estas superstições.

Quando se muda as opiniões dos homens muda-se também seus sentimentos. A superstição se transformará em revolta (no bom sentido). A mente humana que foi subjugada no processo de formação da crença implodirá quando se der conta do engano a que foi submetida por tantos anos.

A autonomia de ditar regras e percentuais, baseadas em manipulações tendenciosas de textos bíblicos fora do seu contexto original, será cassada. Quando este tempo chegar haverá prosperidade espiritual em Israel.

Obs. (*) – Como calcular o percentual de 23,33%?

No primeiro ano 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos dizimistas. No segundo ano 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos dizimistas. No terceiro 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos dizimistas + 10% para os necessitados. (O dízimo destinado aos órfãos e viúvas era trienal). Tomando o dízimo pago a cada três anos e dividindo-o por três, chegaremos a 3,33% anuais. Desta forma em termos ANUAIS um israelita daria 10% + 10% + 3,33% = 23,33%. 23,33 de dízimo por ano! —

A LEI E O DÍZIMO
O livro do Profeta Malaquías, é talvez o livro, mais lido nos cultos
evangélicos para direcionar a hora dos dízimos e das ofertas de
nossos dias, e os não dizimistas, são chamados de ladrões
constantemente, bem sabemos que os ladrões não entrarão no reino de
Deus, porventura aquele que falhar nos dízimos, não alcançará o céu?
Vc, evangélico, nunca falhou no dízimo e na oferta????????
Vc naum é o único! Os pais da geração dos judeus na época de Jesus,
também falharam! A lei tornou-se invalida… pq a lei não aperfeiçoou
ninguém!

Ninguém consegue cumprir esta ordenança, e se colocam debaixo de um
julgo!

Em Mal 3.7-8 nos fala, que todos e até os pais daquela nação,
roubavam a Deus nos dízimos, se eles que tinham de cumprir a lei, não
eram justos.
Não tem como não ter isso como ordenança, desprendendo o ato de
dizimar com o cumprir algo que é Lei!
Antes da Lei, o dízimo não era imposto como lei! Era uma oferta! Algo
voluntário!

Virou lei em Lev 27.32-34
Lv 27:30 “Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do
fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos são ao Senhor.”
Lv 27:34 “são esses os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés,
para os filhos de Israel, no monte Sinai.”

A ordenança de dar o Dízimo, é Lei. O julgamento do Senhor aos que
não dão o Dízimo, chamando-os de Ladrões, era para os que estavam
debaixo da Lei!

Se guardarmos este mandamento, assim como qualquer outro da Velha
Aliança, deveremos guardar todas, isto é, seremos condenados, pois
ninguém se justifica pelas obras.

At 10:15 “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz
dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?

Cl 2:14 “e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós
nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de
nós, cravando-o na cruz; e Hb 7.18-19

A Lei apenas serviu para nos apontar a Cristo:

Gl 3:24 “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a
Cristo, para que pela fé fôssemos justificados”

Um AIO entre os Gregos e Romanos era um criado de confiança
encarregado de acompanhar e educar uma criança ilustre até que esta
chegasse a maioridade (Enciclopédia Orlando Boyer).

Assim foi a Lei que, como AIO, teve o encargo de preservar o povo de
Deus até a vinda de Cristo:

Gl 3:25-26 “Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.
Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus”

O mal uso de Mateus 5:17, em que Jesus diz: “Não penseis que vim
revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”.

A palavra “cumprir” utilizada aqui vem do grego plérõsai, que
significa “encher”, “completar”. Jesus não veio revogar ou destruir
nenhuma palavra que Deus ensinara aos fiéis do passado no AT. Veio
cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT dando à Lei e
aos Profetas aquilo que faltava: o Espírito Santo para interpretá-lo.

ão mesmo Jesus ter falado sobre o dízimo em mateus 23:23 (apezar de
eu ver um outro contexto, mas enfim…), ele nada mais nada menos
estava fralando coisas da lei!!!!

Jesus ainda não havia sido crucificado, portanto Ele ainda era
ministro da lei, não poderia ser diferente:

Rm 15:8 “Digo pois que Cristo foi feito ministro da circuncisão, por
causa da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos
pais”

Q acontece, qdo se guarda 1 só mandamento da lei:
.
Gl 5:3 “E de novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar,
que está obrigado a guardar toda a lei.”
Gl 5:4 “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela
lei; da graça decaístes.”

Gl 5:9 “Um pouco de fermento leveda toda a massa.”
Tg 2 – 10 “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um
só ponto, tem-se tornado culpado de todos.”

Quardando apenas um mandamento da lei, você está circuncidado, ( Rm
2.26 ).

O apóstolo Paulo, por meio destas passagens bíblicas lutou muito para
mostrar que a lei é inimiga da graça, e os profetas eram servos da
lei e que o velho testamento é apenas uma ponte, para o novo
testamento
Temos liberdade pelo corpo do Senhor Jesus, pois a lei estava em
vigor para o sistema dos Judeus até a sua morte, mas na sua carne Ele
riscou o escrito de dívida que havia contra nós, nas suas ordenanças,
o qual nos era contrário, tirou-o do nosso meio, cravando-o na cruz.
Cl 2:14 “e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós
nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de
nós, cravando-o na cruz;”

Hb 10:1 “Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a
imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que
continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam
a Deus.”

Cristo nos resgatou da maldição da lei

Gl 3 – 13 “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se
maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro”

Rm 6:14″..não estais debaixo da lei mas debaixo da graça.”

Quem tornar à prática da lei, torna a ser considerado circuncidado, e
Cristo de nada vos aproveitará

Rm 2 – 26 “Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei,
porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?”

Gl 5:1-2 “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois,
firmes e não vos dobreis novamente a um julgo de escravidão.
Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo
de nada vos aproveitará”

Hb 10:1 “Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a
imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que
continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam
a Deus.”

Cristo nos resgatou da maldição da lei

Gl 3 – 13 “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se
maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro”

Rm 6:14″..não estais debaixo da lei mas debaixo da graça.”

Quem tornar à prática da lei, torna a ser considerado circuncidado, e
Cristo de nada vos aproveitará

Rm 2 – 26 “Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei,
porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?”

Gl 5:1-2 “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois,
firmes e não vos dobreis novamente a um julgo de escravidão.
Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo
de nada vos aproveitará”

Em nenhuma passagem de Atos (ou seja, após a crucificação) até
Apocalipse, dirige dízimos como algo a ser guardado.

Bem falaria os Apóstolos se isso fosse uma ordenança, assim como
falou em Amar a Deus e ao Próximo, prostituição, adultério, carne
sufocada, comer coisas consagradas a ídolos, não roubar, não se
embriagar, etc…!

Então se cumprirmos o ato de dizimar, para não nos enquadrarmos aos
Ladrões que fala Malaquias, estamos nos colocando debaixo da Lei que
Cristo nos libertou:

Gl 5:4 “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela
lei; da graça decaístes.”
( Rm 2.26 ). ( Gl 5.3 ) e ( Tg 2.10 ).

………………Contribuição na nova aliança:…
Em liberdade!
Gl 5:1 “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois,
firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão.”

E segundo propôs no coração, não por obrigação:
2Co 9.7-13: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com
tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria”
Gl 6.6 “E o que é instruído na palavra reparta de todos os bens com
aquele que o instrui”

CONCLUSÃO:

At 15.10 “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz
dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar?”

É lei tudo o que é imposto, todos os tipos: do cabelo, da roupa, da
praia, da não convivência com pecadores, do dinheiro, não toques, não
proves…, ( Cl 2.20 ). E se esquecem que o FIM DA LEI É CRISTO, foi
Ele que nos deu apenas duas leis para seguir.
1ª – Amar a Deus acima de qualquer coisa.
2ª – Amar ao próximo como a nós mesmos/como Cristo nos amou

Cumprindo estes 2 mandamentos, o caráter de Deus estará em nós, e
o “não matarás, não roubarás, não adulterarás” deixam de ser obras
para serem uma expressão na vida do cristão através do caráter de
Deus que é transmitido ao espírito humano recriado em Jesus! São
frutos de Deus na nossa nova vida.
Rm 13:8 “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois
quem ama ao próximo tem cumprido a lei.”

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julho 10th, 2011

Escrevo esse artigo com a experiência de quem já foi reponsável por cobrar o dízimo de membros que estavam em falta com suas obrigações.

– Saber quanto e de onde vem o dinheiro não dá nenhuma garantia financeira de suprir as necessidades da igreja. Lucas 12,18 – “Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho.” Essa é a forma do homem pensar. Se confiamos em Deus, Jeremias 17:5 – “O Deus Eterno diz: Eu amaldiçoarei aquele que se afasta de mim, que confia nos outros, que confia na força de fracos seres humanos.”nossa segurança não deve estar no homem, mas somente em Deus

– Por mais que não desejemos saber, a curiosidade virá como uma oportunidade de Satanás, como uma pequena rachadura na represa, um pequeno descuido ao mostrar ou querer ver o envelope alheio. Saber o valor de quanto seu irmão dá, poderá causar uma transformação completa na maneira em como julgamos nossos irmãos. Saber que minha oferta ficará registrada num livro caixa com meu nome, poderá afetar irreparavelmente minhas motivações, uma pequena mancha no que parecia ser a intenção mais pura. Antes a alegria, a vontade expontânea de ofertar, agora um aviso de que o dia está chegando. No envelope cheio de anotações, os valores somados de cada mês. Como fazer uma conta no supermecado, uma mensalidade, um ato que se tornará uma rotina, e futuramente uma obrigação.

– Os fariseus também “pagavam” o dízimo,  Lucas 18,11 – “O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como os outros homens. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos.Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho.”e faziam questão de mostrar isso para que todos vissem. Uma pequena porção de fermento, a menor semente que se espalha nos corações, o ato de querer ser reconhecido pelos homens, o medo de ser julgado por seus irmãos.Atos 6,1-5 – “Mas um homem chamado Ananias, casado com uma mulher que se chamava Safira, vendeu um terreno e só entregou uma parte do dinheiro aos apóstolos, ficando com o resto. E Safira sabia disso. Então Pedro disse a Ananias: -Por que você deixou Satanás dominar o seu coração? Por que mentiu para o Espírito Santo? Por que você ficou com uma parte do dinheiro que recebeu pela venda daquele terreno? Antes de você vendê-lo, ele era seu; e, depois de vender, o dinheiro também era seu. Então por que resolveu fazer isso? Você não mentiu para seres humanos-mentiu para Deus! Assim que ouviu isso, Ananias caiu morto; Ofertar em público é algo que mexe com nosso orgulho, a vontade de querer dar mais que os outros, a competição, a inveja, a vergonha,Lucas 21,1-4 “Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas.
Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor.
Então ele disse: -Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos.
Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.”
o falso julgamento
. A verdadeira oferta a Deus não é feita com dinheiro, é um grande erro o pastor orar somente por aqueles que levantam a mão com um envelope, muitas vezes é aquele que fica de longe e nem levantava o rosto ao céu, que volta para casa em paz com Deus.

Mateus 6,1 – “Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.”– Jesus me pediu segredo na hora de ofertar, Mateus 6,3-4 – “… faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.”até para meus amigos mais íntimos.  A quantia que você resolveu dar é um acordo secreto,  uma confissão, um termo de confidencialidade entre apenas duas pessoas, você e Deus,  pois o que a mão esquerda dá, a direita não precisa saber.

– Colocar o nome nos envelopes irá identificar os que não dão oferta, onde alguns podem se sentir obrigados, coagidos ou envergonhados por não participarem dessa celebração. Envelopes diferentes podem causar sentimento de discriminação, taxando pessoas que não tem condições financeiras como não membros da igreja. O momento da oferta deve ser sempre motivo de alegria, mesmo para aqueles que não participam financeiramente.

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